Formação continuada para professores atuantes na Educação de Jovens e Adultos (EJA)
Profª Ana Paula Pedroso (UEMG – Ibirité)
Emerson Carlos da Silveira Gomes Bolsista PAEX
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) constitui uma modalidade educativa estruturada a partir da constatação acerca das especificidades de seus sujeitos, dentre elas o fato de que seus educandos trazem consigo um conjunto de vivências e saberes que devem ser tomados como norteadores de suas práticas pedagógicas. Nesse sentido, atentando-se para tais especificidades inerentes ao campo da EJA, presume-se que o perfil do profissional que atua nessa modalidade deve também ser diferenciado. Entretanto, as pesquisas confirmam que a quase totalidade dos educadores não recebeu formação prévia para o exercício da docência junto aos jovens e adultos. Nessa perspectiva, o presente projeto de extensão tem como objetivo oferecer, por meio de módulos mensais e temáticos, formação continuada aos professores atuantes na Educação de Jovens e Adultos (EJA), especialmente no contexto das escolas públicas de Ibirité, quais sejam: Escola Municipal do Bairro Alvorada, Escola Municipal Morada da Serra, Escola Municipal do Bairro Petrovale, Escola Municipal Coronel Durval de Barros, Escola Estadual Juscelino Kubitschek de Oliveira, Escola Estadual Imperatriz Pimenta, Escola Estadual Parque Elizabeth,Escola Estadual Sandoval Soares de Azevedo e CESEC de Ibirité. Ressalta-se que nos encontros já realizados, foram discutidos temas como: as diferentes concepções e percurso sócio histórico da EJA no Brasil; a diversidade de seus sujeitos; a educação popular e as contribuições de Paulo Freire para a EJA. Considerando o papel social da universidade na democratização do conhecimento,deve-se ressaltar que os projetos dessa natureza representam uma possibilidade de auxílio para a atuação dos educadores da EJA, sobretudo por oferecer diretrizes que possam contribuir para o avanço das discussões acerca da problemática da EJA. Além disso,favorecem a integração universidade – comunidade e possibilitam à comunidade universitária conhecer a problemática social e atuar na busca de soluções plausíveis.
EXTENSÃO NA EDUCAÇÃO CURSINHO POPULAR HELENA ANTIPOFF
Cristiane Freitas de Azevedo Barros (Coordenadora)
Ana Clara Castilho Diegues (Bolsista PAEX)
Maria Luiza Alves Zortea (Bolsista PAEX)
Criado em 2017, o cursinho popular Helena Antipoff da UEMG Ibirité busca romper o ciclo de vulnerabilidade educacional, social, cultural, econômica e política ao conciliar a preparação para o ENEM e vestibular de estudantes carentes, ao mesmo tempo em que capacita discentes licenciandos da Unidade Ibirité em sua formação, oferecendo-lhes a oportunidade de vivenciar a sala de aula. São oferecidas anualmente 80 vagas, com duas turmas de 40 alunos, selecionados segundo os critérios de comprovação de carência, grau de escolaridade e disponibilidade de participação no curso. Atualmente coordenado pela professora Cristiane Barros, o projeto foi iniciado pelo Professor Alexandre Nascimento, hoje na unidade Jõao Monlevade, e conta com duas bolsitas PAEX e 18 discentes voluntários que ministram as aulas de acordo com os conteúdos mais cobrados nas provas de vestibular. Estratégias didáticas, conteúdos, rendimento dos estudantes e cronograma das aulas são planejados em reuniões mensais com toda a equipe, em parceria com outros 13 Cursinhos Populares de Belo Horizonte. As aulas ocorrem de segunda à sexta feira na parte da tarde, na Unidade Ibirité.
“O cursinho popular foi muito importante para mim, pelo fato de eu ter terminado o Ensino Médio há muito tempo e não lembrar muito dos conteúdos que caem no vestibular. O cursinho trouxe meu ânimo de volta, a vontade de estudar, a garra e tudo aflorou novamente em minha vida. Depois que entrei no curso, muita coisa mudou: abri minha mente e minha memória também melhorou. Passei a conversar mais e me comunicar melhor, além de aprender a ter mais percepção crítica sobre diversos assuntos. Os professores interessados em ajudar e também a disponibilização de lanche e material gratuito me deixaram ainda mais motivada para continuar”.
(S.P, Aluna do cursinho popular).
“Escolhi a licenciatura antes de escolher a biologia. Quando fui chamada para dar aula no cursinho popular, apesar do medo, aceitei e foi uma das melhores escolhas que eu já fiz. O cursinho me fez ter certeza que eu quero dar aula. A cada aula eu sentia que conseguia melhorar minha didática e isso é muito importante para mim como aluna de um curso de licenciatura. Me vi diante de pessoas que apesar da falta de oportunidade queriam ingressar em uma faculdade, me apaixonei pelas duas turmas e pelas histórias de cada aluno. Além de ter sido uma experiência incrível da minha futura profissão, oportunidade que não consegui vivenciar de forma tão significativa nos estágios”.
(Aluna Voluntária da UEMG- Ibirité)
Núcleo de Estudo e Prática da Capoeiragem – NECA
Responsável: Prof. Dr. Roberto Kanitz
O projeto de extensão “Núcleo de Estudo e Prática da Capoeiragem – NECA” apresenta-se como uma interação da Universidade com a comunidade de Ibirité. Procuramos atender interesses e necessidades da nossa comunidade, ampliando as relações, construindo diálogos entre os conhecimentos científicos construídos em prática e os saberes na forma de experiências vivenciais. Especialmente, no caso da Educação Física, o corpo e os movimentos culturalmente constituídos ganham centralidade e relevância neste processo dialógico. Sendo assim, nosso projeto busca tematizar a Capoeira como um saber popular construído no Brasil. Irá problematizar metodologias de ensino desta prática, buscará analisar seus mitos e suas histórias. Além disso, construímos uma forma de desenvolvimento da arte priorizando o conhecimento, a expressão corporal e o entendimento do jogo de forma fluida, lúdica, ancestral e consciente.
Sendo assim, o projeto “Núcleo de Estudo e Prática da Capoeiragem – NECA” aglutina estudantes da UEMG/Unidade Ibirité, docentes, técnicos-administrativos e comunidade em geral em torno dessa arte de luta e dança; podendo se transformar em um importante pólo de reunião, desenvolvimento, criação, produção de conhecimentos e vivência de lazer.
Os conhecimentos produzidos poderão fertilizar as práticas docentes dos/das estudantes envolvidos, não apenas aqueles e aquelas envolvidos no curso de Educação Física, mas a todos e todas que estão, ou irão se inserir no cotidiano das escolas. Além disso, a prática da capoeira pode ser uma outra forma de produção de conhecimento, uma forma distinta de dialogar com o outro, e com o corpo deste outro.
Como forma de desenvolvimento do nosso projeto, estabeleceremos algumas ações com o sentido de viabilizar os objetivos propostos.
Estabelecemos dois dias semanais de reunião para estudo e prática da Capoeira – segundas e quartas – às 11:20h, no prédio da Educação Física. Aqueles que já possuem experiência com a arte continuam a desenvolvê-la. Pessoas que nunca vivenciaram sua dinâmica, estão iniciando sua iniciação na arte no projeto. Deixamos claro aqui que nenhum/nenhuma estudante será impedida de participar. O projeto está acima de eventuais conflitos entre grupos ou associações.
Nas reuniões, estabelecemos uma rotina de vivências corporais. Em conjunto com repertório de golpes, esquivas e floreios; desenvolvemos saberes relativos ao toque dos instrumentos originais da roda da capoeira, em sua diversidade. Além da capoeira, outras manifestações populares correlatas, tais como o Samba de Roda, o Maculelê e a Puxada de Rede.
A Trajetória negra contada e cantada através do Samba
Orientadora: Tatiane Kelly Pinto de Carvalho
Bolsista PAEX: Maraísa Inês de Assis Martins
Devido a não obrigatoriedade, por muito tempo a História e Cultura Afro-Brasileira não eram temáticas trabalhadas nas escolas brasileiras, podendo ser consideradas como temas transversais no currículo da disciplina de História. Essa situação só veio a modificar-se após a Lei nº. 10.639, sancionada em janeiro de 2003, com o intuito de estimular projetos educacionais direcionados às manifestações e expressões mais autênticas da cultura brasileira. Visto que, essa Lei previa a inclusão e a determinação, no currículo oficial da educação básica, de estudos mais direcionados a África e as contribuições dos afrodescendentes na cultura brasileira.
Mediante a isso, o referido projeto extesionista, a partir de uma relação dialógica entre a Universidade do Estado de Minas Gerais (Unidade de Divinópolis) e a Escola Estadual Martin Cyprien, localizada numa região considerada periférica da cidade de Divinópolis, visa trabalhar com os alunos do 3° ano do Ensino Médio da referida escola as principais temáticas que tangem tais aspectos históricos, culturais e patrimoniais de formação da sociedade brasileira.
Diante dessa questão, está sendo desenvolvido com os discentes, ao longo do ano letivo de 2018, encontros que buscam em primeira instância resgatar o reconhecimento do estilo musical, samba, como umas das manifestações culturais de resistência do povo negro em nossa história na afirmação de sua cultura e identidade. Uma vez que, a partir do conhecimento da história dos negros no Brasil e seu papel na formação do povo brasileiro, objetiva levar os alunos a romperem possíveis noções e estereótipos preconceituosos em relação aos afrodescendentes, bem como em relação a suas manifestações culturais, essencialmente às músicas de origem africana.
Contudo, conhecer o processo histórico do preconceito racial vivido por esse povo colaborará na construção de uma nova percepção social da cultura negra, possibilitando concomitantemente a aceitação do outro.
Dito isso, os encontros temáticos, iniciados em junho e com término previsto no final de novembro, são realizados quinzenalmente e contam, como percurso metodológico didático: com aulas de caráter expositivas sobre a história do samba e seu contexto histórico-social e as respectivas heranças da escravidão. Para isso, utiliza-se de músicas de samba, slides ilustrativos, apresentação de alguns dos principais instrumentos usados no samba e orientação dos alunos, na produção de letras de samba que contemple os assuntos trabalhados em sala de aula.
Nessa perspectiva, com as músicas, reflexões e através dos diálogos e questões levantadas até o momento, foi possível notar que uma grande parte dos alunos se mostra sensibilizados e alguns até se identificam ao exporem, por exemplo, relatos e indignações sobre certas situações vivenciadas por eles mesmos, ou em casos que aconteceram próximos a estes, sejam com familiares ou amigos.
Além disso, outro fato observado é o relato dos discentes no que se refere a notícias com caráter midiático sobre o tema que, inclusive, depreciam a história dos negros no nosso país. Mostrando assim, um bom entrosamento dos alunos com os conteúdos já trabalhados em sala de aula.
Logo, o projeto aprovado no Programa de Apoio a Projetos de Extensão (PAEX)- Edital n°01/2018, na Universidade do Estado de Minas Gerais- Unidade de Divinópolis objetiva como fim, contribuir para a formação identitária dos jovens concluintes do ensino médio reafirmando, desse modo, sua postura enquanto agentes produtores de cultura e indivíduos que tenham a capacidade de pensar o contexto social em que se encontram inseridos, num momento essencial de suas trajetórias pessoais escolares e profissionais, ou melhor, dizendo, a finalização da educação básica.
Acesso e permanência das pessoas com deficiência visual
Iniciativa das Pró-Reitorias de Extensão (PROEX) e Ensino (PROEN), o Programa LEDOR representa um marco histórico na política de acesso e permanência de pessoas com deficiência visual na UEMG. O Programa, operacionalizado por meio do Edital 03/2018, possibilita que estudantes regularmente matriculados na Universidade passem a acompanhar sistematicamente, na condição de bolsistas, professores e estudantes com deficiência visual na execução das atividades acadêmicas.
Para ser um LEDOR é preciso participar de processo seletivo por meio de Edital. No ano de 2018 os pré-requisitos foram:
- Ser estudante devidamente matriculado a partir do 3º período;
- Não estar cursando o último período do curso de graduação no primeiro semestre de 2018;
- Ter boa dicção, entonação e leitura, bom relacionamento interpessoal, conhecimentos gerais.
De acordo com o Edital 03/2018, o LEDOR desenvolverá as seguintes atividades:
- Ler cuidadosamente todos os materiais de leitura solicitados no período de aulas da Unidade;
- Digitar materiais impressos e salvá-los em formato de Editor de texto;
- Enviar e-mails com conteúdos acadêmicos, como trabalhos, exercícios e outros, acompanhando até a finalização das tarefas acadêmicas;
- Contribuir para acessibilidade aos espaços e conteúdos curriculares dos estudantes com deficiência, acompanhando-os nos ambientes e nas situações escolares pertinentes.
- A carga horária semanal das atividades será de 20 horas totais, a ser desenvolvida de segunda a sexta-feira no período de 01/04/2018 a 15/12/2018, e, eventualmente, aos sábados, mediante demanda do discente com deficiência e em acordo prévio com o estudante, que será notificado da necessidade apresentada.
Na condição de bolsista, o estudante LEDOR faz jus à :
- 8 (oito) parcelas mensais no valor de R$ 500,00 e 1 (uma) parcela no valor de R$ 250,00.
Conheça o Edital que selecionou bolsistas que estão atuando em 2018 e fique atento às próximas seleções!
http://www.uemg.br/downloads/extensao/EDITALPROEXPROEN032018Ledor.pdf