Título da palestra: Do “sistema das artes” à ambiência pós-histórica: itinerários da estética contemporânea
Palestrante: Prof. Dr. Rodrigo Duarte (UFMG)
Resumo: Uma fonte importante da reflexão estética na contemporaneidade é aquilo que Hegel denominou o “sistema das artes”, a saber, um processo dialético a partir do qual os principais métiers artísticos, começando da arquitetura e terminando na poesia, se inter-relacionam, levando em conta características de sua espacio-temporalidade. Na estética contemporânea propriamente dita, uma das posições mais influentes é a de Theodor Adorno, claramente tributária da supramencionada inspiração hegeliana. Por meio concepção da obra de arte enquanto mônada, Adorno afirmava que a “arte é a antítese social da sociedade”, tal como consta no início da Teoria estética e implica na sua concepção específica de autonomia da arte. De um modo cuja conexão com a Estética de Hegel se torna ainda mais clara, a fertilidade dessa concepção foi complementada e atualizada posteriormente pelo próprio Adorno com a da “imbricação” das artes, tal como aparece no seu ensaio tardio “A arte e as artes”. A aplicabilidade da ideia de “imbricação” parece dar uma resposta a posteriori aos críticos de Adorno que consideravam a noção da arte como mônada muito exclusivista e pouco dialogal. Na verdade, o conceito de “imbricação” revela a estética de Adorno como totalmente aberta a diálogos com posicionamentos mais recentes, que, de algum modo, associam a situação atual da arte com uma possível condição pós-história em que estaríamos vivendo. Entre esses, abordo explicitamente o “pluralismo estético” defendido por Arthur Danto e – de modo especial – a noção da “arte como embriaguez”, proposta por Vilém Flusser na construção do seu amplo conceito de pós-história.
Hoje de 19:00 às 22:00 na Escola Guignard- Rua Ascânio Burlamarqui 540, 30315030 Belo Horizonte
Organizado pela Prof. Dra. Rachel Costa
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