A projeto de extensão “Saberes na comunidade da zona rural” foi desenvolvido sob a orientação do professor Nicola José Frattari Neto, com o apoio da Fundação (FAPEMIG) pelo estudante Matheus Barcelos de Souza. O estudo foi realizado na Escola Municipal Dom Pedro II, na zona rural da cidade de Prata, em Minas Gerais, em 2017. Nele encontram-se dados de um trabalho desenvolvido com os alunos do oitavo e nono anos do Ensino Fundamental sobre o tema “Compostagem”. A ideia faz parte de um projeto maior, que abrange algumas formas de saber popular, especificamente aqueles mais voltados às Ciências Naturais.
Segundo os autores do projeto, muitas vezes os saberes de determinadas comunidades rurais não passam de uma geração a outra, e seus artífices continuam desapercebidos de sua real importância e significado. É na criação de artefatos e confecção de produtos caseiros, pelos indivíduos ou por suas famílias, que os saberes são “guardados” e “transmitidos”, como receitas antigas de sabão de cinzas, tinturas naturais, preparo de alguns alimentos, chás e garrafadas. O que os estudantes e professores universitários podem aprender com esses artífices do saber popular? Como os cursos de licenciatura podem contribuir com essas pessoas? Essa proposta de troca e construção de novos saberes é a que instigou a pesquisa.
O objetivo foi a catalogação dos saberes que a comunidade escolar traz em seu meio, sobretudo os mais ligados às Ciências Naturais. Foi ministrada uma oficina sobre compostagem para alunos de 8º e 9º ano, junto aos professores, e de forma interdisciplinar, foram distribuídos questionários, apoiados nos quais foi realizado um pequeno levantamento com relação à aula ministrada e ao desenvolvimento de algumas dessas práticas pelas famílias. A compostagem é um processo biológico de reutilização de matéria orgânica que seria descartada como lixo ou detrito de lares, propriedades rurais e indústrias. A partir da compostagem esses detritos passam a ser reutilizados e transformados em esterco, deixando de se acumular em lixões, sendo transformados em material rico e essencial para o solo e plantas. Segundo os resultados da pesquisa, os alunos conheciam o processo de compostagem, mas não o utilizavam em casa, devido ao fato do esterco natural ser abundante em suas propriedades rurais.