O Conto Sonoro é um grupo de contadores de história, criado em 2016, na UEMG – Leopoldina, pela professora de Literatura Infanto-Juvenil, Anicézia Romanhol Bette, com o apoio da direção da UEMG e da FRA (Fundação Renato Azeredo). O intuito desse programa é o de inclusão literária, promovendo contação de histórias e oficinas para alunos da Educação Infantil e Anos iniciais do Ensino Fundamental, em espaços escolares públicos de Leopoldina e região. Em 2016, foram atendidas 05 escolas, havendo 200 crianças envolvidas. Em 2017, este número foi ampliado para 15 escolas, com a participação de 500 crianças. Em 2018, pretende-se atingir um número bem maior de escolas, envolvendo Educação Infantil pública e privada (creche) e crianças de 04 e 05 anos.
Assim, o Curso de Extensão – Conto Sonoro, oficinas de letramento literário nas creches – visa a prosseguir com o programa, capacitando acadêmicos de Pedagogia da UEMG, polo de Leopoldina, a fim de estes utilizarem dos textos artísticos de qualidade para desenvolverem o letramento literário com bebês de 01 a 03 anos de idade, sabendo-se que é nessa faixa etária que o ser humano possui a maior propensão de aprendizagem, tanto que, no documentário: O começo da vida, dirigido por Estela Renner (2016), Jack P. Shonkoff, diretor do centro de desenvolvimento da criança, da Universidade de Harvard, diz que “no nascimento e nos primeiros anos de vida, o cérebro faz ligações entre neurônios numa velocidade impressionante. A cada segundo, ele faz de 700 a 1000 novas conexões.”
Com 55 acadêmicos inscritos, as oficinas de Letramento Literário serão iniciadas, em 12 creches do município e adjacências, no mês de agosto deste ano. O objetivo é estimular os bebês a gostarem de histórias e desenvolverem habilidades como ouvir, concentrar-se, desenvolver o pensamento, a linguagem oral, a socialização e a criatividade, tudo isso ao sabor dos melhores textos literários, com muita música e ludicidade. Além disso, é a partir do letramento que se inicia o processo de alfabetização, que é árduo e longo, porém, se for conduzido nessa perspectiva, a tendência é que tudo flua naturalmente, no tempo de cada criança.
Realizou-se, no dia 10 de maio de 2018, na Universidade do Estado de Minas Gerais – Divinópolis, o minicurso sobre adolescentes, com o seguinte título “O trabalho das assistentes sociais no programa de residência multiprofissional em saúde do adolescente UFSJ – CCO” com as palestrantes Lilian Fernanda Silva e Lidiani Vanessa da Silva. A atividade compôs a programação da Semana Acadêmica do curso de Serviço Social e foi organizada pelo Centro Acadêmico de Serviço Social. As palestrantes discutiram sua experiência trabalhando na saúde como assistentes sociais, e sobre o momento da adolescência.
Elas relatam que além dos adolescentes atendidos, também podem ser atendidas crianças, pois a organização da saúde considera adolescentes as pessoas com 10 a 19 anos, diferente do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que define a faixa etária de 12 a 18 anos como adolescência. Segundo elas, o momento da adolescência é delicado pela questão do descobrimento e pelas cobranças sociais sobre o que os adolescentes serão quando adultos, a questão do emprego e desemprego, o medo da exclusão ou, como dizem os adolescentes, de sobrar nos círculos sociais e até mesmo o medo de morrer.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que a morte de adolescentes entre 10 e 15 anos idade acontecem principalmente por “violência interpessoal, acidentes de trânsito, leucemia, afogamento e infecções respiratórias”. Já entre os adolescentes de 15 a 19, é relevante também o número de suicídios.
As assistentes sociais lembram que o trabalho com a adolescência precisa envolver também a família e o círculo de amizades dos meninos e meninas para que as demandas da adolescência sejam envolvidas. Discutiram também a experiência com adolescentes grávidas, que muitas vezes são ignoradas pela família e sofrem com estigmas e preconceitos diversos.
Os adolescentes são encontrados nas escolas, onde os profissionais irão trabalhar com diferentes grupos de adolescentes para saber sobre suas demandas e discutir os seus projetos de vida. Além disso, as profissionais afirmam que há uma relação entre a rigidez da instituição de ensino e o índice de suicídio entre adolescentes, pois muitas vezes a escola deseja um ajuste de conduta, mas não é através de ajustes que as demandas do adolescente serão ouvidas.
Em relação ao suicídio, as palestrantes afirmam que se faz necessária uma maior atenção a essas práticas, pois a adolescência é a busca desenfreada por desafios, o fazer para ver se realmente acontece. Além do tratamento, elas utilizam junto aos adolescentes o plano de segurança que possibilita ao adolescente acionar pessoas de confiança em momento de crise.
Para finalizar, as assistentes sociais trouxeram o e-book que apresenta ferramentas para fortificar e prevenir a rede de prevenção ao suicídio na adolescência, onde é explicado como enxergar os comportamentos suicidas e os fatores que podem causar práticas suicidas.
O ebook, referenciado ao final desta matéria, pode solicitado no seguinte e-mail: teiavita@terra.com.br.
O Programa Institucional de Extensão Direitos da Criança e do Adolescente vem desenvolvendo, desde o início do ano de 2017, um trabalho em conjunto com a equipe do programa de residência multiprofissional em saúde do adolescente da Universidade Federal de São João Del Rey, Campus Centro-Oeste.
Referência:
SILVA, Lilian Fernanda; SILVA, Lidiani Vanessa. O assistente social no contexto de um programa de residência multiprofissional em saúde do adolescente. 10 maio. 2018. 38 slides. Material apresentado para a semana acadêmica do curso de serviço social.