24 setembro

As atividades práticas em Ciências Naturais são relegadas a um plano secundário nas rotinas da educação básica quer seja pela falta de estrutura física e de materiais de laboratório quanto pela inexperiência do professor com esta metodologia. Estas barreiras podem ser rompidas com base em um kit de laboratório interdisciplinar, na perspectiva da aprendizagem ativa. Para a área de Ciências Naturais é uma oportunidade de estimular o pequeno cientista para a ciência que é própria vida.

Desenvolvido por Henrique Marques (bolsista BIC Jr da UEMG/Campanha), Profª. Joana Pereira (orientadora) e Profª. Solange Rodriguez (coorientadora), o objetivo do projeto Kit laboratório interdisciplinar para aprendizagem ativa é possibilitar ao aluno da educação básica vivenciar a iniciação científica a partir da montagem de um kit de laboratório básico a ser utilizado nas aulas de ciências naturais e matemática de forma interdisciplinar, utilizando materiais do dia a dia.

Após o levantamento bibliográfico e de mídia nos primeiros meses, o kit começou a ser organizado com vários materiais muito semelhantes àqueles usados em laboratório verdadeiro. Os instrumentos improvisados são:

– béquer (potes de vidro/plástico);

– fogareiro (lata de atum, lata de alumínio, vela e prato de porcelana);

– funil (parte superior de garrafa pet e pino de câmara de ar de bicicleta);

– pinça (pregador de roupas);

– pipeta (conta-gotas);

– proveta (seringa cortada).

Alem destes, um forro plástico acompanha o kit para evitar que as mesas de trabalho fiquem sujas. Todos os materiais foram colocados em uma caixa organizadora.

Com diversas pesquisas em livros e sites, o projeto logo se tornou atraente por apresentar o desafio de transformar o aprendizado atrativo ao aluno, em tempos em que tal é cercado por todos os lados de tecnologia e informação. Os participantes aceitaram a proposta de braços abertos, reunindo esforço, intelecto e, principalmente, criatividade. Participações no III Seminário Nemas (Belo Horizonte) e FEMIC 2018 (Mateus Leme), e a apresentação na Câmara Municipal de Campanha aumentaram ainda mais o entusiasmo da equipe e o crédito do projeto.

Durante as experiências feitas ao decorrer do projeto, o kit laboratório mostrou ser muito eficiente. Seu uso destacou um ponto fundamental do projeto: a simplicidade com que os materiais foram encontrados, transformados e utilizados para atingir o resultado final e trazer um aprendizado mais ativo e descontraído para cada um dos participantes. O improviso dos instrumentos para laboratório prova que todos podem ser inseridos no campo científico utilizando simples materiais do cotidiano.

O uso do kit ajudará os alunos a descobrir suas capacidades e vocações no campo científico, descontruindo o pensamento da Ciência como uma realidade distante de suas vidas. Os professores também serão beneficiados, pois aproveitarão a experiência para repensar seus métodos de ensino, transformando as bucólicas aulas teóricas em práticas divertidas e expressivas que despertarão o interesse e curiosidade escondidos em cada jovem.

 

10 setembro

Professora Coordenadora: Ana Paula de Moura Varanda

Alunos Bolsistas: Matheus Vieira Barbosa, Jeferson Pinheiro

Aluno Pesquisador: Leonardo Gomes de Souza

 

O Projeto Gênero e sexualidades na produção de espacialidades das juventudes em Carangola (MG) desenvolve, desde maio de 2017, atividades de pesquisa, conjugadas com ações de extensão universitária, em parceria com escolas da rede estadual de ensino de Carangola (MG).

O projeto tem por objetivo compreender de que forma fatores relacionados às relações de gênero e às sexualidades influenciam a construção de espacialidades das juventudes do município, manifestando-se em um conjunto de expectativas, interdições e hierarquizações socioespaciais.

Ao longo de 2017, suas ações foram apoiadas pelo Edital do Programa Institucional de Apoio à Pesquisa da UEMG (PAPq) e realizadas em cooperação com as unidades urbana (Bairro Santo Onofre, sede do município) e rural (Distrito de Conceição) da Escola Estadual Emília Esteves Marques.

Neste primeiro ano, a pesquisa assumiu um caráter fundamentalmente qualitativo, apoiando-se em princípios baseados na observação participante e em metodologias de sistematização participativas de narrativas apresentadas pelxs estudantes nas unidades escolares.

As impressões iniciais dxs estudantes sobre os temas levantados pela pesquisa foram captadas e problematizadas a partir da organização de oficinas com alunos que cursam o ensino médio nas unidades urbana e rural da escola estadual mencionada acima. As atividades foram organizadas em duas etapas ao longo de um mesmo dia: na primeira, os alunos foram convidados a observar uma instalação criada por nossa equipe de pesquisa em uma sala da escola, com a fixação de cartazes e a apresentação de alguns vídeos que problematizavam questões relacionadas a desigualdades em divisões de tarefas, profissões e espaços associados a presença feminina e masculina na sociedade, além de materiais que abordavam dimensões relativas à cidadania e à violência contra as mulheres e à população LGBT.

Em um segundo momento, realizamos uma roda de diálogo sobre as impressões dos alunos em relação aos temas e questões suscitadas pelos materiais expostos. Foram discutidos aspectos relacionados às formas de opressão, às desigualdades associadas às normas e divisões de tarefas intrafamiliares, ao carácter patriarcal subjacente às expectativas profissionais e de comportamentos sociais associados a homens e mulheres na sociedade, aos modelos heteronormativos de família, ao feminicídio e à violência contra a população LGBT.

A partir dessas primeiras oficinas, foi possível a constituição de grupos focais por meio da identificação de jovens que apresentavam singularidades no que se refere à fusão de categorias que acentuam formas de subalternização analisadas pela pesquisa. Desta forma, levamos em consideração o entrelaçamento dos seguintes perfis: jovens moradores de áreas rurais e urbanas, identidade de gênero, orientação sexual e raça.

Em nossas análises sobre os resultados desse trabalho nos apoiamos no conceito de interseccionalidade[1] com o intuito de aprofundarmos interpretações acerca de relações de gênero e sexualidades na produção do espaço, tendo como referência as experiências de jovens, em sua maioria negrxs (pardxs e pretxs) e de baixa renda, moradorxs de áreas urbanas e rurais do município de Carangola. Suas espacialidades são atravessadas por elementos de desigualdades quando lançamos luz sobre as dimensões associadas à aceitação/não-aceitação de suas sexualidades e presenças em espaços públicos e privados do município; às vinculações de atividades e ocupações profissionais à determinado gênero e à determinada raça; à sensação de insegurança e às restrições à mobilidade experimentadas por grupos sociais específicos, dentre outros aspectos mencionados ao longo do trabalho.

Durante o período de março de 2018 à fevereiro de 2019, as atividades do projeto vêm se concentrando na sistematização e análise das informações empíricas captadas ao longo das atividades de pesquisa e extensão realizadas previamente nas escolas; no levantamento de dados secundários na Superintendência Estadual de Educação de Minas Gerais e em órgãos de pesquisa sobre perfis socioeconômicos dxs jovens estudantes das unidades escolares envolvidas no trabalho. O projeto também prevê a realização de oficinas para a devolutiva dos resultados da pesquisa axs professorxs, alunxs e demais membros da comunidade escolar das unidades de ensino.

[1] O conceito de interseccionalidade, utilizado nesse estudo, decorre das formulações propostas pelo pensamento feminista negro estadunidense durante a década de 70 e tem como objetivo evidenciar o caráter múltiplo e complexo em que se manifestam formas de desigualdade e opressão quando consideramos a fusão entre categorias que são subalternizadas no interior de determinados grupos sociais.

6 setembro

Coordenação: Daniela Fantoni de Lima Alexandrino

Ao pensarmos sobre uma formação docente mais contextualizada e mais completa, precisamos, acima de tudo, possibilitar aos licenciandos de Pedagogia uma maior aproximação com a escola, lócus de trabalho do pedagogo, formando, assim, professores capazes de lidarem com a imensidão de diversidades que o cenário escolar tem apresentado atualmente, ou seja, professores em condições de fazerem da Educação para Todos e da Educação Inclusiva uma realidade possível. Dessa forma, este trabalho tem como objetivo contribuir com o processo de inclusão escolar em uma escola regular do município de Barbacena-MG, utilizando a educomunicação através da implementação do jornal mural, uma vez que os jornais murais são recursos que oferecem a possibilidade para uma (re)leitura do contexto escolar, trazendo reflexões sobre a atualidade e proporcionando a diversificação de conteúdos, além de atuar com a interdisciplinaridade, linguagem acessível e caráter documental dos fatos registrados (DINIZ, 2004). Vale ressaltar que atuamos junto às bolsistas do PIBID para atingir os objetivos propostos. Para tanto, em um primeiro momento, para nos inserirmos na realidade escolar, atuamos com jogos pedagógicos. Em um segundo momento criamos o mural a fim de divulgar informações sobre o trabalho realizado com as crianças atendidas pelo PIBID e, por fim, implementamos o jornal mural, onde as próprias crianças atendidas eram as responsáveis. Concluímos que além da visibilidade que as crianças atendidas pelo PIBID ganharam no ambiente escolar, houve também uma mudança significativa no olhar para a diferença em toda a escola, proporcionando não só a interação social e uma aprendizagem mais efetiva (uma vez que aprender demanda vontade), como o resgate das crianças atendidas como sujeitos ativos no contexto em que se encontram.

29 agosto

Orientador: Dr. Jairo Barduni Filho

Equipe de estudantes voluntárias: Júnia  Marina Sousa Freitas

Maria Cristina Lebron de Sousa

Daisy Ribeiro Lima

Glaciele Aparecida de Oliveira

Quando se fala em fenômeno bullying, isto inclui também a questão de uma educação que leve em conta o debate e a inserção de temas que circundam este tipo de violência como: raça, sexualidade, corpo, apelidos, gênero, cultura etc. A escola então fica sendo o lócus de uma construção prática educativa que precisa ser pautada pela diversidade, pluralidade, inclusão e socialização de modo a se tornar um ambiente acolhedor e de proteção a criança e adolescente. Nosso objetivo é problematizar através de atividades lúdicas e coletivas os diferentes preconceitos e exclusões com os alunos nas escolas: José Augusto Magalhães localizada na zona rural de Cláudio e Inocêncio Amorim localizada na zona urbana de Cláudio. Estamos utilizando a pesquisa-ação que proporciona o estudo para a intervenção, diagnóstico da realidade escolar e comunidade em ação extensionista que envolve: observar, entrevistar, coletar, fotografar, problematizar e oficinar. A forma de participação com estudantes, professores e mesmo pais que se interessem ocorrerá por meio de atividades/oficinas lúdicas e reflexivas baseadas nos conceitos de: respeito, tolerância, alteridade, corporeidade, brincadeiras, apelidos, xingamentos, fofocas, sexualidades, raça, gênero, multiculturalismo entre outras. A pesquisa tem ocorrido com várias atividades, confecção de crachás para identificação de cada aluno, teatro, montagem de painel da diversidade, sessão de curta de animação com o tema bullying, aplicação de questionário semiestruturado com as professoras e produção de cartilha combate ao bullying escolar. As conclusões prévias da pesquisa são que ambas as escolas possuem uma demanda de ação para o combate ao bullying, que a raça e aspectos relacionados ao corpo são os motivos desta perseguição entre alunos e mesmo tendo sido vivido pelas professoras na época escolar. E, que as escolas possuem uma intencionalidade para o combate, contudo, parece haver uma cobrança sobre as famílias para que isso ocorra. O que nos faz questionar qual o papel da escola? E qual o papel da família neste combate?

20 agosto

Professora Orientadora e Coordenadora: Andrea Toledo (andreatoledo4@gmail.com)

Alunas Bolsistas: Priscilla Gatti Ferreira Tomê (pritome1403@gmail.com)

Emily Vieira Botelho de Freitas (emilyvbotelho@gmail.com)

Alunas Voluntárias: Natália Ferreira (nataliaferreirasb@gmail.com)

Aloyane Guedes (aloyaneguedesicm@hotmail.com)

O Escrevendo com o Escritor é uma iniciativa que faz uso das mídias digitais e das artes para estimular a leitura e a escrita entre alunos dos anos iniciais de escolas públicas e aproximá-los de escritores das obras lidas. Para ser desenvolvido conta com a colaboração de profissionais capacitados em áreas distintas como pedagogos, professores, acadêmicos, dançarinos, músicos e atores. As crianças envolvidas se preparam com a orientação destes profissionais e de seus professores nas escolas, para receberem os escritores lendo seus livros, conhecendo sua biografia e organizando atividades para homenageá-los. Paralelo a isto, crianças e escritores mantêm um blog onde escrevem e ilustram histórias, poesias, poemas, pelejas virtuais, além de utilizar recursos audiovisuais para se conhecerem melhor. As atividades culminam com o encontro com o escritor em suas escolas, dia em que são apresentadas peças teatrais adaptadas dos livros lidos, danças e músicas. Escritores e leitores se conhecem pessoalmente durante animados bate-papos e livros são lançados.

O 1º Encontrão aconteceu em 2015 em um evento semelhante ao que acontecerá este ano. Reunimos 8 deles e desenvolvemos as atividades listadas anteriormente. Vamos agora reunir Luiz Ruffato, Renatta Barbosa, Marialva Monteiro, Alvaro Ottoni, Tadeu Costa, Mary França, Eliardo França, Lalau e Lili Balonecker e repetir as ações. Para isto, nos três meses que antecederem o encontro, as crianças e seus professores deverão participar de oficinas de dança, contação de histórias, artes, mídias e tecnologias digitais, dentre outras que lhes darão oportunidade de conhecerem os escritores, lerem seus livros, escreverem histórias e se comunicarem com eles pela internet.

Neste mesmo período os escritores, além de estimularem as crianças a escrevem histórias colaborativas no blog, serão convidados a criarem histórias, a serem reunidas em uma publicação e doadas para as escolas e instituições culturais da cidade.

O ápice do projeto acontecerá no “2º Encontrão”, nos dias 19, 20 e 21 de Novembro, quando os 9 escritores estarão em Cataguases, Leopoldina e Carangola. O evento acontecerá em diversificados pontos das cidades mantidos por apoiadores do projeto: Universidade, Escolas, Fundações, Praças e Bibliotecas.

É importante ressaltar que as atividades do Escrevendo com o Escritor tiveram início no Instituto Francisca de Souza Peixoto, que desde 1999 apoia, dentre outros não menos importantes, iniciativas de incentivo ao uso das tecnologias digitais na educação e sempre teve como objetivo gerar qualidade de vida e desenvolvimento para a comunidade da cidade de Cataguases. O Escrevendo com o Escritor esteve durante muitos anos entre suas ações. Infelizmente devido a motivos alheios aos desejos de seus gestores e idealizadores, o patrocínio da atividade foi encerrado em 2015. Por isto, novas formas de financiamento e parcerias têm sido buscadas.

Este ano com o patrocínio da Energisa e da Lei Estadual de Cultura de Minas Gerais, e o apoio de amigos como Mônica Botelho, dos queridos da Casa de Leitura Lya Maria Müller Botelho, da Fundação Ormeo Junqueira Botelho, do Instituto Cidade de Cataguases, da Fábrica do Futuro, das Secretarias Municipais de Educação e da Cultura de Cataguases, do Proler de Cataguases, do Grupo de Pesquisa, Educação e Mídia da PUC-Rio, da Universidade do Estado de Minas Gerais e das escolas de Cataguases, Leopoldina e Carangola faremos uma grande festa.

 

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